quarta-feira, 13 de maio de 2015

Exploração do Trabalhador

EXPLORAÇÃO DO TRABALHADOR:
Há pessoas politicamente cegas, que pensam que o mundo do trabalho mudou. A exploração não é mais aquela dos séculos 19 ou 20. Por isso, é preciso mudar a política. A classe operária não está mais na miséria como antigamente. Esse é o papo de quem quer justificar o abandono da luta pelo socialismo e de sua adesão ao pensamento neoliberal. Isto é a aceitação do pensamento único, há 30 anos hegemônico. É claro que o mundo mudou, que a realidade do trabalho mudou, mas o fundamento do lucro do capital continua a ser a exploração e a opressão dos trabalhadores. A imposição de condições de vida e trabalho absolutamente desumanas. E o capital hoje, como sempre, prende, tortura e mata quem contesta ou faz morrer de miséria e de exploração sem fim.          
 O capitalismo passou por profundas transformações com o fim da clara dualidade entre capitalistas e uma massa homogênea de operários. Atualmente, nota-se um conjunto muito heterogêneo de trabalhadores, não apenas em suas características produtivas, mas também porque esses trabalhadores passaram a competir entre si por ascensão profissional e financeira. Neste novo contexto, os mercados de trabalho transformaram-se em verdadeiras loterias ou cassinos nos quais os trabalhadores apostavam investimentos em capital humano com objetivo de se tornarem vencedores. Tais investimentos são os bilhetes desta loteria ou as fichas deste cassino. Contudo, exatamente como em uma loteria ou em um cassino haverá, necessariamente, vencedores e perdedores. Assim, os trabalhadores de baixa qualificação ou de pequeno estoque de capital humano são, a priori, perdedores, pois encontram-se excluídos de tal loteria. 
Como decorrência desta nova estrutura do mercado de trabalho capitalista, em que os vencedores se apropriam do trabalho dos perdedores, surge uma nova forma de exploração do trabalho na qual o instrumento passa a ser o capital humano, em semelhança àquela tradicional do capital físico, descrita por Marx, que reforça a tendência inerente de geração de desigualdades por parte do sistema econômico capitalista. Do ponto de vista de políticas públicas, essa situação coloca limites na democratização do investimento em capital humano como forma de combate à desigualdade, pois o mercado de trabalho está estruturado para que existam vencedores e perdedores. A igualdade de capital humano permite apenas a mesma quantidade de fichas no cassino. O combate à desigualdade não é um mero problema de democratização da educação, sendo, em algum grau, resultado inerente da economia capitalista.
Embora a democratização do capital humano seja necessária para a redução da desigualdade, ela é insuficiente. O crescimento econômico também tem limitações no combate à desigualdade na medida em que o incentivo microeconômico, que gera o crescimento macroeconômico, é a busca pela desigualdade. Diante dessa nova visão, o combate à desigualdade exige uma nova organização do mercado de trabalho capitalista, assim como a mudança de relação entre crescimento macroeconômico e igualdade microeconômica exige alterações no comportamento individual que motiva o referido crescimento.

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